terça-feira, 14 de julho de 2009

Hey, pessoal!
Tudo bem com vocês?
Finalmente, as férias chegaram! Agora estou tendo um pouco mais de tempo de aproveitar meu ócio criativo, e, portanto, resolvi tirar a poeira do blog hehehe
Como um dos trabalhos finais do semestre, a minha professora de Português nos pediu para escrevermos uma crônica. Sempre escrevi matérias, mas nunca trabalhei com meu lado literário dentro do jornalismo. A princípio, fiquei meio insegura, nunca tinha escrito nada parecido, mas, baseando-me em fatos do meu passado, produzi uma que achei que ficou legalzinha. Vou postá-la aqui.
Abraços

Meu passado me condena!

Quando os finais de semestre chegam, percebo que fico cada dia mais ansiosa, desesperada para entrar em férias e, finalmente, poder fazer as coisas que realmente gosto. Sempre fui responsável com as coisas relacionadas ao estudo, mas confesso que em épocas assim, cheias de provas e trabalhos, fico totalmente desgastada e não consigo ter tantas ideias como em meus dias de ócio criativo.
Durante uma aula de Língua Portuguesa, a professora nos pediu para fazermos uma crônica, basicamente com tema livre. Poderíamos falar sobre o cotidiano, sobre as notícias atuais ou sobre as características do povo brasileiro. Tema não faltava! A proposta é excelente, mas no meio desse turbilhão de coisas, percebi que perdi minha criatividade. Bem, será que algum dia realmente fui criativa literariamente? Boa pergunta!
Gostar de Literatura, ler bastante e ser interessada por coisas relacionadas às artes não significa ser apta à literariedade. Já escrevi muitos textos jornalísticos, mas, agora, tenho que produzir uma coisa diferente de tudo o que fiz antes. Será que eu sou capaz de cumprir uma tarefa como essa?
Desde que a tarefa foi proposta, queimei meus neurônios pensando no que poderia escrever. Pensei, pensei e pensei, mas não cheguei a nenhuma conclusão. Toda esta situação me fez voltar no tempo. Lembrei de quando eu estava na pré-escola e a professora nos mandava fazer desenhos livres. Eu, uma gordinha metidinha, sempre tão falante e dona da verdade, sentia-me acuada em situações assim. Quando a gente está acostumada a seguir padrões e ordens, a liberdade nos parece estranha ou, no mínimo, desafiadora. Já que era para desenhar qualquer coisa, então, desenhei a primeira coisa que me veio à cabeça. Dias antes desse episódio, a tia da minha vó morrera. Hoje, não me lembro claramente dela, mas lembro que no seu velório, assim como todas as crianças novinhas que não entendem o significado da morte, fiquei brincando e correndo. Eureca!!! Este era um ótimo tema para eu tratar no meu desenho! Peguei meus lápis de cor, mordi meus lábios e desenhei a tia no caixão e eu ao seu lado em prantos. O desenho não condizia com a realidade, mas como sempre gostei de ser um pouco dramática, inventei algumas coisinhas.
No outro dia, a professora chamou a minha mãe. Ih, a coisa sujou pro meu lado! Não era normal uma criança de seis anos ficar desenhando defuntos e caixões, portanto, eu deveria estar com algum problema psicólogico. Grande bobagem! Eu não tinha nada de errado, apenas era uma criança utilizando um pouco da criatividade. Eu não tinha desenhado nada fora do normal, apenas fiz uma releitura de um momento pelo qual tinha passado recentemente (ok, eu romantizei o momento e abusei das tintas, mas não vem ao caso).
Um pouco mais velha, já no segundo ano do ensino fundamental, aconteceu situação um pouco semelhante, mas, agora, pior. Era véspera do dia das mães e a professora- não a mesma do desenho livre- nos deu um sapatinho para pintarmos, enfeitarmos e entregarmos para nossas mães. Peguei aquele papel, pensei em minha mãe e lembrei que ela não era muito convencional, logo, eu não deveria pintar o sapatinho de rosa e vermelho. Pintei o sapatinho de azul e verde, totalmente diferente do modo que todas as minhas colegas fizeram. Pronto, estava feita a confusão! A professora chamou a minha mãe e disse que eu queria ser diferente das outras colegas, que desse jeito eu agia de forma superior e que eu tinha saído totalmente da proposta que fora dada. Mais uma vez, usei minha criatividade de forma diferente e acabei me dando mal!
Não vou dizer que me traumatizei com esses fatos, pois acho muita graça quando lembro do que aconteceu e das repercussões que as coisas tomaram, mas, analisando tudo isso, percebo o quanto somos reduzidos à medida em que o tempo vai passando. As convenções, as normas e as regras impostas vão “castrando” nossos ímpetos criativos e daí quando podemos nos expressar de forma livre, não encontramos palavras ou ideias.
Benditos sejam aqueles que saem da normalidade, que vivem em um mundo criativo e diferente, que transbordam fertilidade em suas imaginações!
Olha só, quando comecei a escrever sobre a falta de criatividade ela me apareceu!
Já não sou mais aquela gordinha encrenqueira, mas aquela pessoa arrojada deve existir em algum lugar dentro de mim... assim espero!

5 comentários:

timtimtim disse...

Hahaha!!! Muito boa! Anita, acho que todos tivemos alguma coisa, no nosso passado, q deve ficar no tempo correto (essa piada foi péssima)...
Achei a crônica muito criativa sendo feita da falta de criatividade... D+
Essa é o mérito de quem gosta de literatura, tem sempre uma carta na manga, mesmo não sabendo o q escrever, acaba tornando a falta de assunto um assunto.

Unknown disse...

Nossa, muito bom! Começou meio despretenciosa, afinal, você não sabia bem o que escrever, mas acabou que se achou, né? xD
As pessoas têm medo de mudanças, têm medo do diferente, e com isso vivem aparando as arestas do mundo, cortando todos que saem do caminho. No entanto, uma hora ou outra um consegue fugir das tesouras e despontar, e é nessas horas que surgem coisas como um youtube, ou um facebook (dei exemplos da informática pq é a minha vida, né.. xD).
Faz uma força pra nunca perder essa pessoa arrojada =)

=**

Anônimo disse...

É incrível como a sociedade tenta nos moldar. Não me refiro apenas aos velhos clichês sobre mídia e política, mas, como no seu caso, uma professora de pré-escola ou do ensino fundamental.
Talvez não seja proposital, seja apena algo que tornou-se padrão, as professoras sempre vêem as crianças fazendo a mesma coisa, quando uma faz algo diferente é porque está errado. Uma mentira torna-se verdade após ser dita 1000 vezes, acho que e algo do tipo.
Quanto a gordinha, tenho certeza de que ela está por ai sim. Nisso eu acredito...

The Frog Prince disse...

Maninha... vc escreve muito bem, muito bem mesmo. Confesso que ando enferrujado, mas ler artigos tão bem escritos assim me faz crer que ainda ñ estou morto, enferrujado, mas ñ morto. Beijão!

E aproveite bem as férias ^^

amooooo-te
Léo-kun

Robert Kennedy disse...

HAUSHUSAHSAUSAHUSAHASUHASUSAHUASHASU

adorei! só você mesmo...
mas é completamente verdade. é aquele negócio: o papel em branco nas mãos e a cabeça só no 'e agora?!'.

;D